quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Continuarei...

Estou cansado e exausto.
Deixei de querer e crer em nós.

Por mais que oiça que, vai dar certo, que a vitória está entranhada nas minhas veias,  não posso aceitar,  não quero, não devo,  pois sei o resultado final.

Sei que tu e eu,  já não somos nós, somos simplesmente eu, e tu, cada um por seu caminho.

Eu lutei e lutei,  mas falhei, falhei não por mim, mas por ti,  falhei perante ti.



Houve dias e noites que te quis várias vezes, mesmo estando tu a meu lado de dia ou de noite desejei-te constantemente, queria saciar a fome que me devorava, que me consumia que, me incendiava a alma, me queimava a pele como que se estivesses ausente estando tu presente. 

Dói a tua ausência quando me deito a cada noite.
Mas não te surpreendas,  porque continuo de pé e continuarei por mais que doa, continuarei.


FábioPinto

domingo, 2 de outubro de 2016

Agora faz sentido...



Deixei para trás os fantasmas que me assombravam constantemente, hoje já não me assombram, hoje sou eu que os assombro.

Não procuro mais os teus lábios, a tua pele o teu corpo durante a noite na cama que parecia enorme para mim no dia em que saíste e fechaste a porta, e hoje essa mesma cama é pequena de mais para mim.

O dia voltou a ser dia, o cinzento que outrora o pintava, ficou no passado, deixei-o, e voltei a colorir de novo os dias.

Já não sinto frio durante a noite, já não me faz diferença a tua ausência, porque apercebi-me que para ser feliz, não preciso de um corpo para me aquecer, não preciso de companhia para me sentir completo, porque se eu estiver completo, sou suficiente para ser feliz.


FábioPinto

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Não importa...

Odeio-te por te querer.
Amo-te sem querer.

Eles,  o amor e o ódio que nos atraem, nos amaldiçoam,  esses sentimentos que são apenas um e nos querem a todo o instante, mesmo sem querer vamos, caímos nos braços um do outro e almadiçoamo-nos.

Incendiamos os corpos que faiscam de desejo e deixamo-los arder, ardem sem se queimarem, sem se ver as chamas que consomem nossas almas noite a dentro neste jogo em que a sedução baile com o ódio e o amor é par assíduo do erotismo.  



Perdemos o norte, o sul,  todos os pontos cardeais que nos possam orientar, perdemos o rumo, ficamos sem sentido e mesmo assim sabemos qual o caminho a seguir.

Não me importa,  não quero saber se somos amantes desfortunados ou amaldiçoados, porque nesta noite...,

..., odeio-te por te querer,
Amo-te sem querer!

FábioPinto

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Devaneio do pensamento!

Sem depois nem antes, senti-me vivo apenas por meros instantes.
Sei que nada existe, absolutamente nada, par'alem deste vazio.

Sinto-me oco, só e abandonado como nunca antes estive, como nunca ninguém esteve.

Há dias em que nada sinto, em nada creio sabendo só que a morte é certa e estarei prestes a acabar.

Não quero sonhar, ter sem nunca ter tido; não quero pensar, sei o que dói o que irei e poderei concluir desses meus pensamentos; nao quero viver, assim não. Caminhar neste trajecto que me foi desenhado, que me foi destinado, que por mim não foi desejado.



Não vou aceitar de novo a ilusão da qual sou personagem principal, essa dúvida que me deixa a certeza de que, eu não sou eu e, que o que existiu afinal não existiu. 
Não quero mais! 
Porque de tudo que possa existir, a morte é a única certeza, a única que sei que é certa e não falha e aí, quando estiver prestes a acabar sei que irei começar!  

FábioPinto 

terça-feira, 5 de julho de 2016

Não te pertenço!

Cai a noite e com ela vem a ausência, dos teus lábios, de ti.
Essa ausência que me assombra.

Sinto-me derrotado, um falhado, que tenta escalar por entre as cinzas deste amor, também ele me assombra e atormenta tal e qual quando somos pequenos e julgamos que temos um monstro debaixo da cama e ficamos aterrorizados, não conseguimos pregar olho por uns instantes, assim estou eu.

Tenho apenas uma certeza, certeza de que o mundo se move, a lua e o sol se movem, e nada mais.
Não há mais certezas, porque nelas residem as duvidas que me assoberbam.



Sei que não sou nada, e que não te pertenço, não me pertences.

Não há cor aqui, não mais, desde aquele dia, o dia em que saíste e ficou tudo cinzento, não existe nada aqui, nunca existiu…,

…,estou às escuras sem ti, tal como estive sempre, com receio que este dia chegasse, o dia do adeus, o adeus final, e chegou esse dia, chegou esse adeus e agora sei, sei que não te pertenço, que não me pertenço.

FábioPinto

terça-feira, 28 de junho de 2016

Prometo tentar, mesmo sabendo que falhei!

Prometo tentar, mesmo sabendo que falhei.

Cai em teus braços e prometi que neles cairia outras tantas vezes, que seriam tantas tornando-se impossíveis de contar, seriam infinitas.
Prometi, tentei e falhei.

Provei o veneno dos teus doces lábios, néctar que mata e ressuscita, e por ele prometi, que morreria as vezes que fossem necessárias para puder voltar a prová-lo.
Prometi, tentei e falhei.



A saudade não teria medida segundo a minha promessa, pois seria impossível medi-la, e mesmo que houvesse a possibilidade de puder fazê-lo, diz-me como iria eu medir a saudade? 
Ela que me desafia a cada dia.
Prometi, tentei e falhei.

Falhei desde o primeiro dia, desde aquele dia em que prometi que ia tentar e, sabia que mesmo ao prometer tentar já tinha a certeza de ter falhado.

domingo, 26 de junho de 2016

Nesta noite!

Fomos proibidos esta noite.
No Paraíso, no Inferno, fomos proibidos.

Havia um sinal de sentido em frente aos meus olhos e, mesmo assim, quis os teus braços, em mim, a tua boca colada à minha como íman, que cola e descola, tua pele junto à minha, teu perfume cravado em mim, teu cabelo solto a vaguear sobre meu corpo e nesse vaguear o prazer causado por ti ao sentir-te junto a mim.

Senti o gelo que havia em mim derreter com o fogo que havia em ti.

Arrastaste-me para a escuridão e nela me prendeste, mantiveste-me refém, e viciaste-me em ti, mesmo estando certa da incerteza que seriamos proibidos nesta noite.

Saciamos a fome que nos devorava.

Atiçamos o desejo…,
…e deixámos que ele nos consumisse noite a dentro, deixámos que nossas almas se tocassem, que nossos corpos se fundissem e, fomos apenas eu e tu.



Dois corpos imperfeitos que resultaram na perfeição de um só corpo nessa noite em que infringimos a própria lei.

FábioPinto